No decorrer do evento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), o presidente da Caixa Econômica Federal anunciou a redução dos juros de financiamento imobiliário. Sendo a opção em questão a que está atrelada com a conta poupança.
A mudança ocorre alguns meses depois de elevações no segundo semestre de 2021. Dessa forma, indicam queda de 0.15 ponto percentual aos juros de 2,95% estipulados no período em questão.
Segundo a Caixa, a redução parte de 2,8% ao ano somada à remuneração da poupança. Desse modo, de acordo com a instituição, a taxa anual máxima atinge 8,97% ao ano. Além disso, o presidente da Caixa falou que as concessões de crédito imobiliário serão aumentadas em 20% em 2022. Desse modo, podem atingir uma faixa de 165 bilhões a R$170 bilhões.
A seguir, você poderá saber mais sobre a redução dos juros de financiamento imobiliário e a oscilação do mercado. Outros aspectos cruciais para entender o tema de uma forma mais clara também serão vistos.
Entenda mais sobre a redução dos juros de financiamento imobiliário
Um dos pontos que merece grande importância ao se tratar da redução dos juros de financiamento imobiliário, em prol da compreensão, é o funcionamento da taxa. Comumente, os financiamentos imobiliários estão ligados ao juros da taxa referencial, mas nesse caso é diferente.
A linha de financiamento visada para redução de juros pela Caixa, tem ligação com o rendimento da poupança. Isso inclui a TR, sendo a poupança somada a ela. É uma opção diante de um cenário em que a Selic está alta e sem previsão de amenização.
É justamente pela alta na taxa Selic que várias instituições financeiras estimam a desaceleração do crédito imobiliário em 2022. Afinal, é preciso notar que os processos têm ligação. Logo, os juros se refletem nos valores passados para os clientes e em maiores obstáculos para criação de novos projetos.
Apesar do indexador ter um grande impacto quando se fala dos juros, é preciso que os clientes tenham sempre muita atenção ao CET (Custo Efetivo Total). Afinal, é algo que abrange muito além da taxa de juros, como todas as despesas a serem atendidas.
Saiba mais sobre a situação e a perspectiva do mercado
De acordo com dados anteriores, instituições financeiras estimam uma redução no crédito imobiliário neste ano. Ainda segundo o presidente do Itaú Unibanco, o principal fator é a taxa de juros.
Vale citar que, ano passado, o crescimento na área de crédito imobiliário foi de 46% segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). Sendo que, os principais responsáveis pela alta foram os financiamentos com base em recursos da poupança. No entanto, a estimativa para esse ano é que exista certo declínio nas concessões com tal via.
Inclusive, em novembro, o reajuste da Caixa consistiu no aumento dos juros das taxas nas linhas de financiamento imobiliário com recursos da poupança. A mudança foi antes da elevação da Selic para 10,75% ao ano. Além disso, ocorreu a aplicação de um sistema de adequação de condições. Nele, é possível reduzir as taxas dos financiamentos de mutuários fidelizados pela Caixa.
Aliás, vale citar que os bancos também elevaram suas taxas, como o Itaú, de 8,3% +TR para 9,1% + TR. E, desde a elevação da Selic, a expectativa já era de novos ajustes. Tendo como exemplo a trajetória de ajustes da Caixa, em fevereiro, a linha com a taxa referencial como indexador passou a ter cobrança de 8% ao ano até 8,99%, enquanto em novembro, era a partir de 7,25%.
Sendo assim, a redução anunciada no final de março chega após elevações que contribuíram para uma estimativa de desaceleração do mercado. No entanto, essas não foram as únicas mudanças anunciadas pela Caixa ao se tratar do setor imobiliário, veja a seguir.
Outras mudanças da Caixa na área imobiliária
A Caixa também disse que condições distintas serão aplicadas no financiamento para as famílias que contam com renda de R$2.000,01 a R$2.400,00 do Programa Casa Verde e Amarela. A aplicação ocorrerá a partir de 12 de abril.
Entre essas novas condições, estão a elevação dos subsídios para que mais moradias sejam obtidas e construídas. Há, ainda, uma taxa de juros inferior de 0,5 no financiamento.
Há ainda uma nova linha de crédito para Pessoas com Deficiência (PcD). Consiste em atender tanto a reforma quanto a adaptação de residências no programa Casa Verde e Amarela. No entanto, entrou em vigor antes da mudança antes citada, no dia 28 de março. Além disso, conta com crédito com base no FGTS, com limite de R$50 mil, para aqueles que têm renda bruta por mês de, no máximo, R$3 mil.
Ações como essas, assim como a redução dos juros de financiamento imobiliário, podem movimentar o mercado, em especial, em meio às estimativas de desaceleração. Sem dúvidas, é preciso ter atenção em demais fatores de impacto no cenário e nos próximos passos das instituições financeiras. De qualquer forma, ao optar pelo financiamento, é crucial também ter sempre um planejamento para evitar grandes frustrações.