Muitos memes e um lobo guará são características da nota de R$ 200,000. Nota esta símbolo do maior poder aquisitivo de um cidadão brasileiro em carteira.
Hoje, a nota polêmica de R$ 200,00 é capaz de comprar 2kg de filé mignon ou 23 latas de cerveja Heineken. Acha muito?
E se disséssemos que, em 1994, os mesmos R$ 200,00 eram capazes de comprar 28kg de filé mignon ou ainda 456 latas de cerveja, você ainda diria que hoje possui um alto poder aquisitivo?
Por essas ilustrações já podemos perceber que o seu poder aquisitivo está diretamente ligado ao valor do real. No entanto, o que poderia impactar diretamente no valor de nossa moeda fiat? Vejamos a seguir!
Afinal, o que é poder aquisitivo?
Na teoria, o poder aquisitivo da população brasileira é definido pelo Banco Central. Afinal, as projeções para a inflação são medidas de uma política monetária definida pelo órgão em questão. Política esta que impacta diretamente na capacidade dos brasileiros de adquirirem bens.
Assim, o poder aquisitivo diz respeito àquela capacidade que um indivíduo possui de adquirir bens materiais. E como bem sabemos, em uma sociedade que dinheiro é poder, o poder aquisitivo depende muito do salário que os indivíduos recebem.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o salário mínimo é uma referência para 50 milhões de pessoas. Assim, se o salário mínimo é ajustado somente em relação à inflação, sem apresentação de um ganho real, é comum que o poder aquisitivo da população apresente uma queda.
Em outras palavras, ajustes que só se baseiam em uma correção inflacionária acabam corroendo o poder de compra dos indivíduos.
Inflação e seus impactos no poder aquisitivo
Se voltarmos para 1994, lembraremos que R$ 1,00 – isso mesmo, a cédula verdinha que já saiu de circulação – comprava o equivalente a 10 pães. Hoje, o mesmo valor compra apenas 3 pães.
Na prática, isso quer dizer que o poder aquisitivo da moeda brasileira diminuiu. O que pode ser justificado pela inflação. Nesse sentido, a inflação corresponde ao processo de desvalorização do poder aquisitivo de uma moeda, ou seja, o seu derretimento do poder de compra.
Aliás, o nosso país já experimentou as consequências mais extremistas do processo inflacionário. Isso porque no período de 1980 a 1990 o Brasil entrou em uma era que podemos denominar de hiperinflação.
A impossibilidade de prospecção de planos ao longo prazo se deveu muito às oscilações dos valores dos produtos e serviços durante este período. A espera era sempre acompanhada de incertezas, porque o futuro não se fazia ver como promissor.
Para se ter uma noção, na década de 90, a inflação alcançou números alarmantes, chegando a casa dos 80% mensal.
O aumento desequilibrado dos preços induzia os brasileiros a comprarem em uma alta velocidade a fim de não sofrerem com futuras oscilações dos preços. Afinal, era mais seguro a compra/armazenamento compulsivo do que à espera da taxação de novos preços.
Como dissemos já aqui no site, as projeções para a inflação deste ano não se mostraram as melhores.
O IPCA alcançou no ano passado a marca de dois dígitos, as taxas de juros estão em oscilações ininterruptas e a falta de fertilizantes tem impactado diretamente o setor agrícola. Será mesmo que o nosso dinheiro vale tanto assim hoje?
Derretimento do poder aquisitivo: conheça os impactos da alta inflação
De acordo com uma pesquisa feita pela Kantar – consultoria global – a população brasileira comprou em média 5,6% a menos, embora tenha gasto 8,6% a mais nas compras em 2021.
Em 2022, o cenário não se mostra diferente. Os preços dos itens básicos têm se elevado muito, sobretudo no atual cenário de guerra entre Rússia e Ucrânia.
Além disso, a alta das commodities alimentícias tem promovido o disparo dos preços dos itens básicos.
Para se ter uma noção, o trigo passou por uma alta de preços de 29% ao decorrer da Guerra na Ucrânia. Talvez agora esteja mais clara a relação da inflação com o poder aquisitivo, certo?!
Quer um outro exemplo? Em verdade, a guerra ainda tem impactado diretamente na economia. Até mesmo ao que tange o aumento do óleo de soja, posto a falta do óleo de girassol, produto este comercializado pela Ucrânia.
A escassez do produto levou países a optarem pelo óleo de soja como uma possível solução. A consequência? A lei da oferta e procura: quanto maior a demanda e menor oferta, maior o preço. E assim, o preço do óleo vegetal alcançou quase a casa dos 15% de aumento.
Infelizmente, a inflação que chegou a ser prospectada em 4,7%, agora está em 6,55%. Aliás, para driblar a alta inflacionária é esperado que os brasileiros busquem variações mais baratas dos produtos consumidos.
No português claro, o poder aquisitivo dos brasileiros está em queda livre. Gostou do post? Que tal conferir as nossas publicações aqui no site? São diversas categorias com conteúdos autênticos e responsivos. Fique ligado!