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Fonte: Freepik

Ao longo dos anos, a participação da mulher na economia brasileira, ou melhor, na sociedade de modo geral, tem contado com mudanças significativas e necessárias. Afinal, é uma trajetória repleta de lutas nos mais diferentes aspectos. E, quando se fala do âmbito econômico, que naturalmente tem ligação com tantos fatores sociais, olhar para a inserção das mulheres nesse meio de várias perspectivas é crucial.

Por isso, ao longo do texto você verá dados a respeito de diferentes questões. Logo, vão desde a presença das mulheres no mercado de trabalho até os obstáculos que enfrentam. Confira a seguir. 

Mercado de trabalho

Em primeiro lugar, quando se fala do mercado de trabalho, é de grande importância citar o tamanho da desigualdade. Afinal, apesar das conquistas já realizadas, o seu impacto ainda é notável ao se tratar de remunerações, do desemprego e demais questões decisivas no tema. Isso se deve, em especial, à força que os aspectos culturais mais antigos ainda têm nas esferas sociais.

Aliás, ao notar o índice de desemprego, é o que mostra uma pesquisa lançada pela FGV-IBRE, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas. No estudo, se aponta que desde o ano de 2012 a taxa de desempregados entre as mulheres é superior.

O levantamento tem como base os dados da PNAD de 2021, que parte do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Apesar de, no geral, indicar que entre os anos de 2014 e 2019 a participação das mulheres no mercado de trabalho contou com um aumento, ainda assim, aponta cerca de 20% de inferioridade aos homens.

Há diferentes fatores apontados em pesquisas do Instituto em que se nota com uma maior clareza os entraves que as mulheres enfrentam. Por exemplo, os salários mais baixos do que os de homens até ao se tratar dos mesmos cargos. Além disso, para as que contam com filhos pequenos, as dificuldades para obter uma oportunidade, comumente, são maiores.

A participação da mulher na economia brasileira quando se trata do empreendedorismo

Por outro lado, ao focar no empreendedorismo, o país está em sétimo com o maior número de mulheres no setor. De acordo com a pesquisa da GEM (Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor) e Sebrae, 33,2% dos negócios foram criados por mulheres. Além disso, mostra as áreas do Nordeste e Centro-Oeste como predominantes.

Também vale citar que quando os entrevistados abordaram a respeito dos colaboradores dessas empresas, 40,9% indicaram a presença de até 10% ao se tratar de mulheres. Enquanto isso, 22,7% apontaram que a integração passa de 50%. 

Além disso, o estudo apresentou dados por área, sendo o setor comercial o que possui 45,5% de presença dessas empreendedoras. É algo que está na frente de indústria com 32,6% e da área de serviços com 31,9%.

De forma mais precisa, as mulheres condizem a quase metade dos empreendedores no Brasil, sendo um número de 24 milhões. No entanto, é preciso notar vários pontos desse contexto.

Por exemplo, a professora de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da USP, Simone Galina, aponta que muitas vezes as empreendedoras estão em serviços ainda vistos como “de mulheres”. Tais como áreas de limpeza, beleza e de cuidados. Desse modo, vale a pena considerar também as limitações de atuação nesse âmbito.

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A inserção de iniciativas para uma maior participação da mulher na economia brasileira

O alinhamento de políticas públicas e iniciativas de empresas, instituições financeiras, entre outros setores, também é crucial. Isso porque contribui com que a participação da mulher na economia brasileira seja mais vista. É um meio para a criação de programas e, como consequência, de oportunidades. 

Vale notar que é algo que envolve desde os cursos de empreendedorismo feminino, finanças para mulheres até programas que visam a escolaridade. Afinal, o aumento da escolaridade feminina também tem um grande impacto em todo esse cenário. Uma vez que contribui com o preparo e para que estejam cada vez mais presentes em diferentes áreas econômicas.

O impacto das mulheres no modo de consumo e marketing

Cada vez mais o consumidor busca a identificação. E, quando se fala do público feminino e do marketing, formatos mais atuais e sólidos fazem grande diferença. Sendo assim, as mulheres como as protagonistas de campanhas reais, projetos, entre outros fatores, influenciam na proximidade.

De acordo com uma pesquisa feita a partir da Think Eva, a conexão com as propagandas também não é muito grande. Mais da metade das entrevistadas não tiveram a atenção despertada por campanhas ou notaram diferença. Em relação a representatividade, a porcentagem também é baixa. Sendo assim, nesse âmbito se pode entender que também é um caminho com muito há ser feito.

Sem dúvidas, vale a pena notar diferentes pontos de vista dessa questão, afinal, o marketing e propaganda possuem impacto de forma direta no consumo. Com isso, outros fatores têm grande relevância, como a influência das mulheres nas decisões de compra, que é grande de acordo com pesquisas, por exemplo, na que foi efetuada pela agência J. Walter Thompson e que indica justamente isso.

Dessa forma, se pode entender que diferentes aspectos da estrutura do sistema econômico ainda precisam mudar. Afinal, a participação da mulher na economia brasileira, embora seja crescente, ainda conta com diferentes entraves. Contudo, foi possível ver que parte do mercado também já despertou para as mudanças. Basta considerar as iniciativas que contribuem com que oportunidades sejam geradas.