preços de veículos seminovos
Fonte: freepik

Sabe-se que 2020 foi um ano atípico com grandes impactos em muitas áreas no mercado por causa da pandemia de Covid-19, o que se estende ao setor automobilístico. Em meio ao anúncio de encerramento de atividades, problemas com falta de peças, entre outras questões, foi possível observar também a alta nos preços de veículos seminovos como uma das consequências.

De acordo com o que será possível observar ao longo do conteúdo, tanto a venda, quanto a locação e o financiamento dos veículos sofreram impactos. Sendo assim, a população sentiu tais mudanças de modos distintos.

Segundo a IstoÉ Dinheiro, quando em comparação com 2019, as vendas de veículos usados ou seminovos corresponderam a 83% do mercado, com aumento de 3%. No entanto, em relação aos financiamentos desses tipos de veículos, a elevação foi ainda maior, passando de 63% para 67% dos contratos.

O que motivou a alta dos preços de veículos seminovos?

Em um primeiro momento, os impactos foram distintos, porque as concessionárias estavam fechadas. Todavia, ao longo da pandemia e reabertura gradual, esse cenário passou por diferentes pontos decisivos que resultaram na alta dos preços de veículos seminovos. Altos e baixos marcaram esse período, veja os principais pontos:

preços de veículos seminovos
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Queda de produção

Em primeiro lugar, para o entendimento da alta dos preços de veículos seminovos, vale ter uma visão clara da situação das montadoras no Brasil. É algo com maior ênfase quando se fala da falta de peças. Isso porque esse é um das principais razões e têm ligação especialmente com a queda de produção.

Certamente, de acordo com a obtenção das peças, a produção das montadoras pode ter elevação ou redução. Não é o que ocorre em outras áreas que influenciam nessa cadeia, pois de acordo com dados anteriores, os impactos são distintos. Por exemplo, os fornecedores dependem do setor siderúrgico, logo, ocorre o desalinhamento entre processos.

No geral, os materiais para a produção foram um dos principais fatores de preocupação para a indústria automotiva, tais como:

  • Alumínio;
  • Borracha;
  • Plástico;
  • Vidro.

Quando se fala da fabricação em si, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a Anfavea, a queda no ano anterior foi de 31,6%. Para se ter uma compreensão mais clara, se em 2019 a produção de ônibus, caminhões e veículos comerciais leves foi de 2.944.988, no ano passado foi de 2.014.055.

Aumento do ICMS

O ICMS corresponde ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços e possui caráter estadual. Desse modo, tem um impacto de grande importância na receita das unidades federativas do país. No decreto feito no final de 2020, a decisão foi de diminuí-la para 3,9%, porém, até abril deste ano, a alíquota foi de 5,53%.

Em relação aos carros novos, a elevação foi maior, de 14,5%, com execução a partir do dia 15 de abril. No entanto, nesse caso existe o fato explorado ao longo desse texto, que é a redução no número de veículos novos disponíveis para o atendimento do público.

Apesar disso, se deve considerar que o valor do carro zero tem impacto nos seminovos, em especial, antes de completar três anos. Posteriormente, é muito comum que exista maior consideração por elementos que abrangem o estado do carro.

Conclusão sobre a alta dos preços de veículos seminovos

Se por um lado, ocorreu o fechamento das concessionárias temporariamente devido a pandemia, por outro, com a reabertura, notou-se um certo aumento da demanda. Entretanto, a produção não acompanhou esse movimento e ocorreu uma alta geral nos preços.

No entanto, com as dificuldades da indústria quando se pensa nas expectativas, insumos e demais aspectos no cenário geral, a demanda de novos veículos não mostrou-se positiva. Desse modo, o consumidor se viu e ainda está em uma realidade onde os modelos seminovos são predominantes.

De acordo com uma pesquisa feita pela Kelley Blue Book Brasil, uma organização especializada na precificação de veículos novos e utilizados, modelos de 2012 foram os que apresentaram a maior alta, assim como aqueles que têm entre quatro e dez anos de uso.

Diferentes comportamentos podem ser observados e grande parte das pessoas com interesse em adquirir ou trocar de veículo, enxergou no seminovo uma alternativa mais viável. Em alguns casos, foi possível trocar veículos usados de uma quantia maior por um de valor menor, o que ainda garantiu para algumas pessoas um certo lucro na operação.

Soma-se a esse cenário o impacto presente nas locadoras, uma vez que também ocorreu necessidade de reajustar os valores, até mesmo em contratos de longo prazo para que o caixa possa ser preservado de algum modo. Os motivos possuem ligação, em especial, com o alto custo de manutenção. 
Por fim, se pode notar que a alta nos preços de veículos seminovos está relacionada com diferentes fatores, principalmente, com o aumento da demanda devido a redução de itens zero km. De qualquer forma, é preciso observar como o mercado se comportará com o enfrentamento da Covid-19, pois mesmo com o enfraquecimento da confiança na indústria automobilística nos últimos meses, a vacinação pode gerar a recuperação gradual desse e demais setores.