Segundo dados da PEIC, cerca de 74,3% das famílias brasileiras se encontram em estado de endividamento, o correspondente a 927.000 lares. Somado a esses índices, 23% das famílias possuem contas em atraso e cerca de 374.670 famílias não possuem condições de quitá-las.
Agora, perguntinha rápida: você já parou para pensar se está endividado ou inadimplente? Ou antes disso, qual é a diferença entre endividamento e inadimplência?
Calma, não saber a resposta é muito comum. No entanto, embora sutil, existe diferença entre endividamento e inadimplência que merece ser esclarecida. E é isso que você confere a seguir!
Afinal, o que é endividamento?
Todas as vezes que compramos algo que não é quitado no momento exato da aquisição, contraímos dívidas. Em outras palavras, seja um produto ou um serviço, se parcelamos a compra a mesma já se enquadra na categoria de dívida.
Sabe aquela blusinha que você parcelou em 10x no cartão de crédito, pois bem, ela já é uma dívida.
Da mesma forma que o imóvel que você levará 30 anos para quitar também configura-se como uma dívida. Independentemente do valor de sua aquisição, se o pagamento foi postergado, certamente você já se encontra endividado.
No entanto, vale dizer que o problema não é a dívida em si. Isso porque, a depender do passivo e da renda do comprador, é muito difícil fazer a aquisição sem recorrer ao famoso cartão de crédito.
Contudo, vale ficar de olho nos juros incidentes sobre as parcelas. Afinal, sem um bom planejamento, é fácil cair na inadimplência, e por falar nela, segue a leitura que a esclarecemos um pouco mais.
Inadimplência: tudo o que você precisa saber sobre
Veja bem, todo inadimplente é um endividado, mas nem todo endividado é um inadimplente. Calma, deixa que descomplicamos para você.
O endividamento sempre precede a inadimplência. Isso porque para ser inadimplente é preciso ter dívidas atrasadas.
Ou seja, sabe aquele produto que você comprou e se comprometeu a pagar em determinada data, mas no dia fatídico atrasou ou não pagou o que devia? Pois bem, o não pagamento deste acarreta a inadimplência.
O problema da inadimplência está no fato de que o não pagamento das dívidas pode levar ao comprometimento do histórico de crédito do consumidor. Leia isto com: ao não pagar, o consumidor pode vir a ficar com o CPF sujo e ter sérias dificuldades em conseguir margem de crédito.
Sabe aquele Score que você sempre vê mudar a pontuação ao entrar na sua conta do Serasa Consumidor e sente certo alívio quando aparece: você não possui dívidas atrasadas?
Então, em caso de dívidas não pagas, a sua pontuação certamente diminuirá, comprometendo as suas possibilidades de conseguir um cartão de crédito ou um empréstimo.
No entanto, devemos lembrar que em casos de inadimplência, você não ficará negativado de um dia para noite. É comum que a instituição credora, após a data de vencimento do pagamento, busque meios de te contatar a fim de receber o dinheiro devido.
Possivelmente, um novo prazo será estabelecido e, caso o consumidor não venha a cumprir o novo acordo, infelizmente o seu nome ficará sujo em órgãos como Serasa/SPC e Boa Vista.
Estou inadimplente e agora?
Se você se identificou com o estado de inadimplência acima, então, certamente, você precisa de um plano de ação. Primeiramente, é preciso que você descubra quais dívidas deixou de pagar, bem como o valor inicial e total de cada uma delas.
Para descobrir o valor inicial, vale revisitar o seu extrato bancário ou ainda a fatura do cartão de crédito correspondente ao mês da aquisição. Já o valor atual pode ser conferido, entrando no Limpa Nome Serasa. Ali você visualizará um panorama geral das dívidas constantes em seu nome e o valor atual das respectivas.
Fácil, não acha? Mas o melhor é que você pode negociar as dívidas da sua casa com os credores, pagando preços mais baixos do que o valor total resultante das taxas de juros incidentes. E para negociar, voltamos a dizer, é necessário que você descubra o valor inicial e compare com o valor atual.
Agora, vale a ressalva, atrasou recentemente uma dívida? Não deixe acumular! Busque entrar em contato direto com o credor para negociar o pagamento. Afinal, a multa por atraso com certeza será menor do que as taxas de juros pelo não pagamento do valor acordado. Lembre-se: quanto mais você demorar para pagar, maior a sua dívida.
E se eu não tiver dinheiro para pagar o que devo?
Esclarecida a diferença entre endividamento e inadimplência, pode ser que você se pegue pensando agora em como deixar de ser inadimplente.
Se já sabe o valor de suas dívidas, mas não possui dinheiro para pagá-las, o melhor é buscar formas contundentes de se planejar financeiramente. Trace o seu orçamento mensal, discriminando seus gastos fixos, assim fica mais fácil visualizar quais gastos podem ser reduzidos.
Por outro lado, vale a pena pensar em formas de conseguir aquela grana extra para não comprometer outras contas. Ainda mais se você não pode cortar nenhuma despesa.
Sendo assim, pense em vender algum produto em seu local de trabalho, como: bombom, brigadeiro, cone trufado, salgado etc. Isso pode te auxiliar, considerando que não precisará correr atrás da clientela, ela já está ali como seus colegas de trabalho.
Se não pode vender nada, vale pedir para fazer hora extra no seu próprio local de trabalho. Ao menos até você conseguir levantar aquela grana necessária para sair da inadimplência.
Entendeu agora a sutil diferença entre endividamento e inadimplência? Bom, esperamos que as nossas dicas também possam te ajudar a pagar as suas dívidas. E, como sempre, buscando oferecer o melhor, deixamos aqui o nosso post sobre como evitar dívidas no cartão de crédito. Até a próxima!