Se houve um tempo em que o céu era o limite, na pós-modernidade parece que esta afirmação está cada dia mais obsoleta. Desde o pouso da Apollo 11 na lua, a corrida espacial ganhou novas cores e direções.
Hoje, com o advento do turismo espacial, três grandes potências do mundo mostraram-se capazes de levar cidadãos comuns ao espaço, embora não tão comuns assim.
Por alguns milhões, poderosas empresas privadas têm se comprometido em oferecer voos para pessoas sem capacitação profissional ou objetivos científicos em vista. Como é o caso do Jeff Bezos, o bilionário que reuniu em julho de 2021 uma tripulação de três gerações na cápsula New Shepard, construída pela Blue Origin com destino ao espaço.
O marco histórico se deu pelo feito ser o primeiro voo realizado por civis sem piloto, aliás, o controle da cápsula foi realizado da própria Terra. A viagem que durou 10 minutos e 10 segundos levou a tripulação a 107 km de altitude.
Embora o voo espacial de Bezos tenha entrado para história, o conceito de turismo espacial é um tanto quanto anterior. A propósito, viagens como essas já estão sendo exploradas por muitos bilionários com um objetivo em comum: dinheiro.
E então, o que é turismo espacial?
O termo é recente, mas o desejo que lhe deu vida já é antigo. O turismo espacial corresponde a uma espécie de viagens ao espaço realizadas por civis com propósitos de entretenimento.
A novidade está no fato do voo espacial poder ser explorado por instituições não governamentais sem fins científicos.
Nesse sentido, se antes o céu era prerrogativa somente de astronautas capacitados por agências como a NASA, Roscosmos e ESA, hoje algumas empresas privadas têm mudado essa realidade.
Mostrando que o espaço também pode ser conhecido por cidadãos comuns, bilionários têm investido em empresas de voos espaciais, prospectando no mais infinito céu, uma possibilidade de negócio. Surgem daí empresas como a Blue Origin.
Obviamente que não é todo e qualquer civil que tem a possibilidade de levantar voo. Afinal, a prerrogativa acaba sendo de indivíduos com grande poder aquisitivo, considerando que as viagens são extremamente caras.
Além dos treinamentos físicos e de segurança, os tripulantes também recebem aulas para entenderem um pouco mais de microgravidade. Ao final, espera-se que estejam de posse de todas as orientações para embarcarem em suas cápsulas, seja para fazer uma visita breve ao espaço ou ainda para conhecer a famosa ISS.
A ideia é que com o desenvolvimento tecnológico o turismo espacial avance cada vez mais. Tão certo que, só em 2021, 18 indivíduos foram visitar o espaço a partir das maiores empresas aeroespaciais do mundo.
Empresas que se destacam no ramo do turismo espacial
Entre as empresas privadas que estão no ramo do turismo espacial não podemos deixar de dar destaque para a Virgin Galactic, Blue Origin e SpaceX. Vejamos de perto um pouquinho de cada uma delas.
Virgin Galactic
Com previsão de novos lançamentos para o segundo semestre do próximo ano, a Virgin Galactic consiste em uma empresa especializada em voos espaciais. A empresa britânica criada em 2004 é um dos lastros financeiros de Richard Branson, mais conhecido como um dos primeiros tripulantes a passear no espaço no ano de 2021.
O bilionário recentemente sorteou dois assentos especiais para cidadãos comuns para o próximo voo da Virgin Galactic. A ganhadora de Antígua e Barbuda, Keisha S., pretende realizar a viagem de sua vida ao lado de sua filha, para a qual o espaço é uma grande paixão.
Blue Origin
A Blue Origin consiste em uma empresa privada de astronáutica e traz como fundador o maior nome por detrás da Amazon, o bilionário Jeff Bezos.
Como dissemos, o primeiro voo da companhia em questão levou a bordo o próprio Bezos em uma viagem épica e inaugural de uma nova era do turismo espacial.
O próximo voo comercial da companhia, que já está agendado para dezembro de 2021, levará a filha do americano cujo nome deu origem a famosa cápsula New Shepard. Laura Shepard dividirá o voo com 5 tripulantes.
SpaceX
A SpaceX certamente é uma das maiores empresas privadas de transporte espacial. E o novíssimo contrato com a Nasa de construção de um módulo de pouso lunar não nos deixa mentir.
A companhia do famoso Elon Musk, além de desenvolver o setor de telecomunicações, com satélites de alto desempenho em prol da oferta de banda larga, tem despertado o interesse de clientes no turismo espacial.
Embora o Crew Dragon, a espaçonave para transporte humano da companhia, seja uma grande candidata a alavancar as viagens espaciais de civis, a empresa nunca se posicionou de forma exclusiva como uma agência de turismo. O que só nos mostra que voos espaciais desse caráter são só mais uma de suas modalidades.
As vantagens e desvantagens por detrás da ação
De fato, a maior vantagem do turismo espacial está no setor econômico. Afinal, espera-se que esta espécie de turismo se desenvolva como um nicho comercial e reviva o interesse pela exploração dos mistérios para além da terra.
Somado a isso, não podemos deixar de dizer que o feito acaba por democratizar pouco a pouco o espaço. É só lembrarmos que nos voos comerciais das companhias a maioria da tripulação é de civis comuns e não astronautas.
Sem contar ainda que é inegável que o novo setor concorre para a criação de empregos. A própria NASA o 236 milhões de reais para instituições científicas a fim de custear as pesquisas de desenvolvimento tecnológico no setor espacial.
Por outro lado, muito tem sido especulado sobre os impactos ambientais da nova atividade. Uma das questões levantadas foi de que os foguetes lançados no espaço emitem óxidos de nitrogênio, o que corroboraria para a degradação da camada de ozônio.
Aliás, os combustíveis utilizados nos foguetes, como o VSS Unity, emitem dióxido de carbono, um elemento nocivo e causador do efeito estufa. Embora a New Shepard seja movida por combustível de hidrogênio, é bem possível que a produção da combustão por si só gere CO2.
Chegamos ao fim de mais um conteúdo. E aí, gostou do post? Então nos conte aí nos comentários, se você pudesse visitar o espaço, qual seria a sua parada?
Marte, as luas de Júpiter ou que tal os anéis de saturno? Do jeito que a tecnologia aeroespacial tem avançado, talvez este não seja um sonho tão distante, ao menos, não para a humanidade. Até mais!