Os reajustes de combustível mais recentes ainda deixam dúvidas no mercado, pois não se sabe se chegaram a um ponto de estabilidade. Tanto o gás de cozinha quanto a gasolina, apresentaram certa estabilidade antes disso, mas no dia 8 de outubro, mudanças chegaram neste cenário.
O primeiro anúncio da Petrobras indicou a alta de 7,2% em cada produto. Dessa forma, ocorreram reajustes no valor do gás de cozinha (GLP) e da gasolina para todas as distribuidoras.
No entanto, ao longo do mês outras movimentações ocorreram e com os tópicos seguintes você entenderá o reajuste médio por litro de combustível e por kg no caso do botijão de GLP. Conheça também os fatores por trás disso, entre outros pontos cruciais do tema.
Quais foram as mudanças no preço do combustível?
Nesse ponto, você verá os diferentes valores do combustível. De acordo com dados anteriores, no início do mês ocorreu o aumento de 7,2% em cada item. Então, foi algo que resultou em uma alta de R$0,20, em média por litro em relação à gasolina, e de R$0,26 por kg no que diz respeito ao botijão de gás.
Para se ter uma clareza ainda maior dessas mudanças, se pode citar a escalada dos valores.O litro da gasolina ficou superior a R$7 em seis estados, como Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará. Enquanto isso, em relação ao botijão de gás de 13 kg, o valor máximo alcançou R$135.
Já no dia 25, ocorreu outro comunicado apontando o reajuste no preço do combustível para as distribuidoras. Foi uma alta de 7,04%, próxima da anterior, com reajuste médio de R$0,21 da gasolina.
Dessa vez, o diesel também contou com aumento, que correspondeu a R$0,28 por litro, sendo uma alta de 9,15%. Diferentemente da gasolina e do GLP, o último salto do combustível tinha sido na última semana de setembro, mas também foi significativo, sendo de 8,89%.
Naturalmente, em meio a essas altas, uma série de áreas tem impacto, desde as pessoas no dia a dia na aquisição do gás de cozinha ou reabastecimento de seus veículos, até trabalhadores de aplicativos e passagens aéreas por causa dos custos maiores também para as aeronaves.
Por que ocorreram os reajustes de combustível?
Há diferentes motivos para a ocorrência dos reajustes de combustível mais recentes. Em meio aos fatores que ganham mais destaque estão o câmbio e o petróleo. Vale citar que, desde 2016, ambos possuem grande impacto no valor do combustível.
Isso ocorre por causa do Preço de Paridade Internacional (PPI), que começou a ser adotado pela Petrobras no período. O grande impacto se dá pelo fato de se expor a volatilidade do mercado internacional. Atualmente, tanto o dólar quanto o petróleo estão em patamares elevados.
Vale também citar que a Petrobras atende o preço internacional. Sendo assim, com a precificação do barril alta, o impacto é significativo. Enquanto há uma demanda notável do produto, há pouca oferta, o que resulta também no aumento no preço do barril, que é estipulado pelas Organizações dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Sem dúvidas, nesse contexto também é de grande importância que você entenda como o preço da gasolina é formado. Já se perguntou como se calcula esse valor? Basicamente, na conta estão envolvidos impostos federais e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o ICMS, que por sua vez, é um imposto estadual.
Há também margens de lucro dos revendedores e distribuidores, assim como os respectivos custos. Além disso, há o preço do etanol, que deve ter adição obrigatória. Soma-se a esses fatores a perda de valor da moeda brasileira, que ocorre por vários pontos, entre eles, a incerteza voltada para política econômica.
Consequentemente, a economia não se mostra de forma atrativa, o que resulta no recuo de investidores estrangeiros. Há ainda a saída de grandes empresas do país e esses são apenas alguns dos fatores que estimulam a alta do dólar.
O preço do combustível ainda vai mudar?
Por mais que o conteúdo aponte os reajustes de combustível mais recentes, para se ter uma ideia do cenário geral, vale observar que o acumulado do ano é considerável. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, indica que, enquanto o botijão de gás saltou 34,67%, o da gasolina foi de 39,6%.
Um dos principais pontos nesse contexto é o câmbio, porém, uma vez que diferentes fatores foram citados, é um cenário ainda incerto. Falar em estabilidade neste momento é complexo por causa dos episódios em curso, como a relação do Auxílio Brasil com o teto de gastos, entre outros fatores políticos.
No geral, estão envolvidos aspectos fiscais e políticos. Sendo assim, é preciso ter atenção às movimentações internacionais e do Governo para identificar se a escalada dos preços do combustível seguirá significativa ou se está perto da atenuação.