A partir de treze de agosto, os consumidores poderão autorizar o compartilhamento de seu perfil financeiro entre as diferentes instituições. O Banco Central lança o Open Banking.
O Banco Central tem promovido inovações interessantíssimas no mercado financeiro. O Pix, uma delas, é fácil de ser explicado e com certeza você já o utilizou. Consiste em transações gratuitas que podem ser realizadas vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana.
Agora, em treze de agosto o Banco Central traz uma novidade ainda mais inovadora, o Open Banking. O Open Banking não é um serviço financeiro como o Pix que foi rapidamente abraçado, mas sim um conjunto de definições técnicas e obrigações legais.
O Open Banking criará um ecossistema, ou seja, mais do que apenas um serviço. Da mesma forma, seus impactos tendem a ser mais profundos e menos imediatistas que o Pix.
Em relação ao arcabouço técnico, o Open Banking consiste em um conjunto infindável de API’s ou application programming interface.
Para ficar visível para você, quando você abre um aplicativo de mobilidade, como o Uber, por exemplo, você visualiza os mapas do Google. Quando abre os gráficos da Bolsa de Valores, você visualiza os dados da B3.
Essa interconexão entre as plataformas são o que configura as API’s.
A primeira fase de implementação do que vem a ser o Open Banking ocorreu em fevereiro. A segunda fase, prevista para quinze de julho foi adiada para treze de agosto.
É na segunda fase que os clientes autorizarão ou não o compartilhamento de seus dados entre as diferentes instituições financeiras.
Os clientes que autorizarem o compartilhamento autorizam que a instituição compartilhe informações sobre a movimentação da conta, cartão de crédito, dentre outras informações sobre a vida financeira.
Vantagem do Open Banking para o cliente
A principal vantagem para o cliente está em ter acesso a produtos e serviços de diferentes instituições que atendam ao seu perfil com o melhor custo-benefício.
Para que você possa entender na prática como funciona, imagine que um cliente que tem uma conta bancária em uma instituição tradicional e deseja solicitar um empréstimo em uma fintech.
Ao autorizar o compartilhamento pode assegurar condições de pagamento e taxas de juros mais atrativas em uma instituição na qual não é cliente.
Para que tudo ocorra da melhor maneira possível é necessário que o cliente, da mesma forma em que autoriza que seus dados sejam compartilhados, autoriza que a fintech procure por seus dados.
Adiamento da segunda fase
O escopo do que será o Open Banking no Brasil é um dos maiores do mundo. Em contrapartida, os prazos para que o serviço tenha plena disponibilização para os usuários é apertado.
Para contornar os prazos apertados para a implementação do Open Banking, optou-se pela implementação gradual dividida em quatro fases.
O número de clientes que poderão realizar o compartilhamento e os dados compartilhados vão aumentando com o passar do tempo.
A estabilidade do sistema é o principal objetivo esperado. Segundo estimativas do Banco Central, doze de setembro consiste no prazo para que o serviço esteja cem por cento disponível.
Novidades esperadas com o Open Banking
Muitas funcionalidades que o Open Banking poderá favorecer ainda nem mesmo chegaram a passar pela cabeça, assim com outrora ocorreu com a internet.
O mercado será o principal responsável pelas demandas que o Open Banking vai atender. Justamente por isso optou-se pela implementação gradual do ecossistema.
Os benefícios para os clientes poderão demorar para acabarem sendo sentidos, por assim dizer, mas tendem afetar sistematicamente o custo-benefício dos serviços oferecidos.
Aqui está um exemplo de como o Open Banking pode auxiliar. Vamos imaginar um cliente que tenha há muitos anos uma conta bancária e outros serviços em uma instituição X.
Ao decidir abrir uma nova conta na instituição Y, a instituição identifica que o cliente tem um cartão de crédito e pode oferecer uma proposta similar ao cartão, mas com vantagens, como, por exemplo, sem anuidade.
Sistemas de API’s são sucesso no mundo
O exemplo mencionado acima é apenas um dos inúmeros usos que podem ser feitos a partir da integração das API’s.
Aplicativos que concentram todas as informações de caráter financeiro são um sucesso em países na Europa, como é o caso da Rússia e da Turquia.
Fases de implementação do Open Banking
A partir da fase três não será mais preciso que o cliente realize o pagamento por meio de intermediadores. Com o serviço autorizado é possível realizar pagamentos sem cartão de crédito e sem acessar efetivamente o site ou aplicativo para o banco.
Com a fase três é como se você continuasse como cliente em uma determinada instituição financeira, mas não precisa necessariamente acessar o seu aplicativo para a realização de serviços financeiros.
Na fase quatro o cliente poderá compartilhar os seus dados com base em obter as melhores condições de pagamento, taxas de juros, etc.
Diferentes serão os reguladores que devem participar dessas alterações.
Gostou de saber mais sobre o Open Banking? Então não deixe de acompanhar os demais artigos do blog, tenho muitas outras novidades para você!