Na penúltima semana de março, ocorreu a declaração de que a rede Carrefour comprou o Grupo Big Brasil. Certamente, em meio a uma operação que envolve duas redes abrangentes e R$7,5 bilhões, os próximos passos são alvos de dúvidas.
O Grupo Big Brasil condiz com o antigo Walmart Brasil e pertence desde 2018 a sociedade composta pelo Walmart e a corporação Advent International, que atua na área de investimentos.
Além disso, trata-se de um dos principais varejistas do setor de alimentos em território nacional. São mais de 387 lojas no Brasil, contando com bandeiras como BIG, Big Bompreço, Maxxi Atacado e Todo Dia.
Por outro lado do negócio, há o Carrefour, com presença em 130 países e no Brasil, atua desde 1975 e também apresenta diferentes bandeiras, entre elas, Atacadão, Carrefour Express, Supeco e Carrefour Bairro.
A seguir, você poderá conhecer mais informações sobre este negócio significativo para o mercado, inclusive, quais são as estimativas.
Por que o Carrefour comprou o Grupo BIG?
De acordo com declarações do Grupo Carrefour, adquirir a rede Big tem ligação também com possibilidades de expansão. Isso porque, as lojas possuem uma presença significativa em áreas como o Sul e Nordeste do Brasil.
São lugares que, por sua vez, o Carrefour ainda conta com presença mais tímida e, na transação, enxerga-se grande potencial para o crescimento. Certamente, a ampliação considera moldes tradicionais, em especial, no que diz respeito aos hipermercados e atuação atacadista.
Aproveita-se nesse meio para observar um ponto que entrou em destaque no anúncio do comprador. O fato de que, juntos, os grupos contam com a operação de 876 lojas, vendas brutas de aproximadamente R$ 100 bilhões e ainda mais, possuem cerca de 137.000 colaboradores.
É um potencial notável e que integra a estratégia da rede de investir em locais onde já conta com uma estrutura significativa.
O pagamento e o aval da operação
Conforme um acordo feito, a pretensão por parte do comprador é que, por 70% do capital social do Big, R$ 5,25 bilhões em dinheiro seja pago. Já em relação a outra parte do valor, teria inserção posteriormente a uma assembleia geral entre os acionistas.
O acordo também abrange o adiantamento de R$ 900 milhões para os vendedores, quer seja 10 dias úteis depois da assinatura do documento, quer seja em dinheiro. A quantia terá desconto do valor total da transação ao ter finalização ou devolução, caso não ocorra consumação.
Nesse cenário, também vale citar que o anúncio de que o Carrefour comprou o Grupo Big não significa necessariamente uma grande mudança imediata. Afinal, há diferentes processos que exigem atendimento.
Por exemplo, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deve ainda conceder o aval para o negócio. O Cade corresponde a organização responsável pela proteção da livre concorrência.
Em outras palavras, assume o poder de restringir ações que não respeitam a competitividade do mercado. O Grupo Carrefour estima que até 2022 o aval do negócio seja ganho.
O Carrefour comprou o Grupo Big. o que acontecerá com o Sam’s Club?
Em primeiro lugar, vale esclarecer que o Sam’s Club é um clube de compras. Como isso funciona? Basicamente, é onde somente os clientes podem fazer aquisições, onde itens exclusivos e importados estão disponíveis.
Nesse caso, você também encontra produtos cruciais para o dia a dia com preços especiais. São mais de 1 milhão e 700 mil sócios, logo, é comum que surja a dúvida sobre o que acontecerá com a compra do Grupo Big pelo Carrefour, uma vez que o Clube integra a lista de benefícios BIG.
A partir do negócio, o Grupo Carrefour Brasil contará com a administração da bandeira Sam’s Club. É algo que será viável por meio de um contrato de licenciamento feito com o Walmart.
Quais são as estimativas?
Conforme se pode observar com as informações apresentadas no decorrer do texto, com a compra do Grupo Big a partir do Carrefour, a estimativa é que ocorra a expansão da rede. A ênfase se dá nos formatos já tradicionais, porém, a estimativa também envolve atingir áreas que hoje em dia não são um grande forte.
Vale citar também, que profissionais de análise do Bradesco BBI, com base em informações da consultoria Nielsen, estipulam o aumento da participação de mercado da rede. A estimativa é que o Carrefour tenha um salto de 13% para 19%.
Nesse contexto, também já existe uma movimentação positiva ao analisar as ações. A partir do negócio, a ação do Grupo Carrefour (CRFB3) teve alta de 16,24% e fechou em R$ 21,73 e espera-se que nos próximos anos o cenário conte com uma geração ainda maior de valor.
Sendo assim, pode-se dizer que o fato de que o Carrefour comprou o Grupo Big reúne expectativas positivas tanto a curto, quanto a médio e a longo prazo. Certamente, para a concretização, é preciso que ocorra a concessão do aval por parte do Cade.