Todos nós acabamos pegos desprevenidos com o aumento na energia elétrica anunciada nos últimos dias pela agência reguladora. Do que fora divulgado, sabemos apenas que o aumento será expressivo e pode afetar negativamente o orçamento de muitas famílias se não houver um consumo consciente nesse momento. Mas você ousaria dizer exatamente o que mudou?
Como muito se falou sobre o aumento que vai afetar o nosso bolso, mas pouco se disse sobre exatamente o que vai mudar e por que, vamos conversar sobre isso?
O que é sabido é que a conta está mais cara agora em julho, isso está posto. Mas vamos detalhar esse aumento e entender o que muda.
Há alguns dias, a Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel autorizou o reajuste dos valores cobrados nas bandeiras tarifárias. Ou seja, as bandeiras tarifárias que são parâmetros de consumo e estão relacionadas, dentre outras coisas, com o fornecimento de energia.
Então não tivemos unicamente uma mudança na bandeira tarifária na qual o valor do consumo por quilowatt-hora tem seu calculo feito. Nós tivemos um aumento na própria bandeira.
Aumento na energia elétrica: acréscimo nas bandeiras tarifárias
Com foi de fato o valor das bandeiras tarifárias que mudou, o consumo de energia será calculado a partir dos novos valores.
A bandeira vermelha de nível dois, por exemplo, teve um aumento de 52%, saindo de 6,24 reais para cada cem quilowatt-hora para 9,49 reais. Os novos valores já estão sendo considerados para o consumo do mês de julho.
Apesar do elevado aumento, que passa a casa de cinquenta por cento, a agência destacou que para o cliente residencial de consumo médio, o aumento real deve beirar os 5%.
A bandeira vermelha de nível dois, que apresentou o maior aumento, segundo nota da agência, estará em vigor até novembro quando é esperado maior índice de chuva. Dessa forma, a bandeira tarifária poderá ser alterada.
Entretanto, vale mencionar que além da bandeira tarifária vermelha de nível dois, as outras bandeiras também tiveram seus valores alterados.
A bandeira amarela teve o seu valor corrigido de 1,34 reais para 1,87 reais para cada cem quilowatt-hora. Bandeira tarifária vermelha de nível um foi a única a apresentar redução.
A bandeira vermelha de nível um agora custa 3,97 reais a cada cem quilowatt-hora. Anteriormente o seu valor era de 4,16 reais para cada cem quilowatt-hora.
Por que o aumento?
Segundo explicação dos diretores da agência, o aumento na energia elétrica tem o intuito de auxiliar as distribuidoras de energia que estão tendo, nesse momento de crise hídrica, custos maiores para a geração de energia.
O aumento tem o objetivo de auxiliar no equilíbrio dos gastos com a geração de energia, mas a Aneel não ignorou igualmente que o aumento das bandeiras tarifárias pode ter um aspecto negativo que acaba comprometendo ainda mais a saúde financeira das distribuidoras.
O reajuste da conta de luz, por menor que seja, em um momento tão delicado quanto esse, pode levar ao aumento da inadimplência. Cenário que acaba deixando ainda mais vulnerável as distribuidoras de energia no que diz respeito ao equilíbrio dos gastos com geração de energia.
Além da inadimplência, é observado que aumentos podem resultar igualmente em perdas técnicas significativas. Por perdas significativas podemos entender as ligações irregulares, os famosos gatos.
A decisão da Aneel em reajustar as bandeiras tarifárias impactará diretamente a inflação e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA.
O Banco Central sinalizou que o aumento na conta de juros impactará no curto prazo a inflação e, consequentemente, a taxa de juros.
Ou seja, o aumento na energia elétrica impactará até mesmo aqueles que buscarem um financiamento nesse momento ou empréstimo, por exemplo. A projeção é que o aumento resulte na elevação da inflação em julho em cerca de 0,8%.
Crise hídrica e o acionamento das usinas térmicas
O Brasil vive nesse momento uma das piores crises hídricas já registradas desde 1931. O reajuste nas bandeiras tarifárias levou em consideração tal contexto, mas não atende por completo os custos para geração de energia.
No país, mais de 60% da geração de energia advém de usinas hidráulicas. Com a defasagem no índice de chuvas, o governo, como medida alternativa, aciona as usinas térmicas.
Tais usinas apresentam custo para geração de energia bem mais elevado do que as usinas hidráulicas e igualmente são mais poluentes.
Mesmo com as condições desfavoráveis, o governo até o momento assegura que não adotará medidas de racionamento de energia elétrica e igualmente não há riscos de apagão.
Em pronunciamento realizado próximo ao anúncio feito pela Aneel, Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia, pediu que os consumidores economizem voluntariamente energia elétrica.
Gostou de saber mais sobre o aumento na energia elétrica? Então não deixe de acompanhar os demais artigos do blog, tenho muitas outras novidades para você!