Em março (17), o Banco Central do Brasil (BCB) anunciou o aumento da Selic, que marca uma quebra após seis anos de baixas. A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) na alta para 2,75% a.a. foi unânime.
De um modo geral, pode-se dizer que o aumento em si não foi uma surpresa para o mercado. Isso porque na reunião no final de janeiro, ocorreram indícios de movimentações diferentes, quando o Copom removeu o “forward guidance”(FG).
O termo significa prescrição futura e tinha aplicação para o mantimento da taxa de juros em um nível baixo por um tempo mais longo. Sendo assim, a partir da retirada, a elevação da taxa era visada pelo mercado. A seguir, você poderá saber mais aspectos sobre esse acontecimento.
Conceitos que você precisa conhecer antes
Para compreender de um modo mais claro sobre o aumento da Selic, existem alguns conceitos, inclusive, órgãos cruciais nesse contexto que merecem uma apresentação.
Isso porque, a Selic pode ter mais impacto no seu dia a dia do que você imagina. Logo, antes mesmo de abordar o significado do termo em si, é interessante tratar de outros temas.
Em primeiro lugar, conforme citado, a decisão partiu do Copom, um órgão que integra o Banco Central do Brasil.
Por sua vez, o BCB assume a responsabilidade de assegurar a estabilidade e solidez do sistema financeiro do país. Para que isso ocorra, ocorre a aplicação de diferentes recursos, como o estabelecimento da taxa Selic.
Trata-se da taxa de juros básica da economia no país e agora, você consegue ter uma maior compreensão de sua importância. Isso porque, uma vez que a taxa Selic tem essa posição, seu impacto ocorre em todas as outras taxas de juros, como no retorno de investimentos e empréstimos.
Por esse motivo, também é chamada de taxa mãe do mercado. O que significa então o aumento da Selic? Veja a seguir mais informações sobre a situação.
Principais aspectos sobre a elevação
Certamente, também é interessante observar que o movimento ocorre em um ponto delicado no cenário econômico. Afinal, deve-se levar em consideração fatores como a piora da covid-19 no país, a influência nas atividades econômicas, em especial, com medidas ainda mais restritivas recentes e a elevação da inflação.
Essa medida chega também após a aprovação recente, em fevereiro, da autonomia do Banco do Brasil. A principal razão para que a instituição tenha maior controle sob seus atos é para que seja possível evitar pressões em relação às diretrizes de juros em território nacional.
Qual é o impacto do aumento da Selic?
O aumento da Selic envolve diferentes fatores, sendo os principais o custo de crédito e o câmbio. Onde a inflação impacta nesse cenário? Basta considerar que em alguns momentos, quando o real perde valor perante o mercado e a inflação é estabelecida pela valorização do dólar, a taxa Selic é um importante fator para amenizar esse índice.
Isso porque os juros altos ganham uma maior atratividade para os investidores estrangeiros e com uma maior oferta dessa moeda em território nacional, ocorre a desvalorização cambial, ou seja, o valor de certos itens com cotação em dólar cai. Enquanto isso, o real se valoriza.
Já em relação à alta dos juros, pode ser vista como um freio. Basta considerar que é algo que tem como principal resultado o incentivo ao consumo mais baixo. Além disso, o crédito se torna também mais caro, fazendo com que as pessoas reflitam muito mais antes, tanto das compras quanto da solicitação de produtos e serviços como empréstimos.
Conheça as estimativas para o aumento da Selic
É de grande importância nesse cenário citar que, conforme um levantamento feito pelo Banco Central, o Boletim Focus, estima-se que a elevação da taxa não esteja no fim.
Além disso, é interessante citar que ainda conforme dados do levantamento, profissionais da área financeira tinham uma expectativa inferior perante esse cenário, com a elevação de 0,50 ao invés de 0,75.
Em relação ao futuro, as expectativas são de alta para 4,50% ao ano em 2021 e salto de 5,50% ao ano que vem, assim como para 6,00% em 2023. No entanto, em um panorama geral, muitos aspectos nesse cenário ainda são incertos.
Isso porque muitos pontos não estão sob controle do Banco Central, em especial, aqueles que possuem grande influência na economia. Entre eles pode-se citar a vacinação e demais medidas contra a covid-19, empregabilidade, entre outros.
Por fim, pode-se observar que o principal impacto a curto prazo é o aumento do crédito. No entanto, profissionais supõem que os efeitos sejam mais perceptíveis perto do final do ano, inclusive no âmbito de investimentos, por exemplo, para quem opta em renda fixa que tem a taxa Selic como indexador.
A inconstância é uma característica muitas vezes presente no mercado e por esse motivo, em diferentes áreas, o aumento da Selic exige atenção. Afinal, conforme abordado, é um fator de grande influência para todos.